CROWDSOURCING: SONHO OU REALIDADE?

CROWDSOURCING: SONHO OU REALIDADE?

À medida que a demanda do consumidor evolui rapidamente, os mecanismos online aproximam e facilitam a experiência de compra. E assim, empresas começam a buscar facilidade e rapidez no processo final de entrega, conhecido como última milha.


Antes, se fazia necessário ir até o Ponto de Venda, viver a experiência, olhar, tocar... Atualmente, não importa onde você está, a chance de obter um produto se torna mais real. A vitrine é online e todo sonho se tornou possível.


Pensando nisso, embarcadores e transportadoras passaram a explorar todas as opções disponíveis para manter sua competitividade no mercado. Isso sem deixar de lado a busca por tornar realidade os desejos dos consumidores, não só pelo acesso facilitado, mas também em termos financeiros.


Mas a pergunta é: Como fazer isso acontecer em um país continental, onde determinada cidade pode estar a mais de 500 km da capital, com pouca demanda de carga para a região e pouco fluxo de encomendas?


Apesar de diversas empresas do setor se especializarem em e-commerce, em termos de precificação ainda é difícil atender à demanda do cliente em situações tão adversas.


Nesse sentido, frustrar a experiência de compra do consumidor, seja ela onde for, é tudo o que as empresas não querem! Mas como é possível atender esse mercado, ser competitivo e obter o lucro esperado? Quem contratar para atender o fluxo de distribuição? Existe solução para tudo?


De fato, são questionamentos que precisam de resposta, e muitos acreditam que ela esteja na logística de Crowdsourcing. Esta pode ser a solução definitiva para resolver o problema de custo versus nível de serviço.


O termo Crowdsourcing foi descrito pela primeira vez por Jeff Howe em 2006, como uma forma de se obter determinado serviço, ideia ou conteúdo mediante solicitação de grandes grupos de pessoas. Trabalho este realizado especialmente de forma online, ao invés de usar fornecedores tradicionais ou uma equipe de empregados contratados.


Essa possibilidade de terceirizar atividades diversas para uma multidão por meio de uma plataforma online, torna possível que pessoas que compõem esse grupo selecionem os serviços que pretendem realizar por proximidade geográfica e sejam recompensadas por isso.



Na prática, qualquer pessoa capaz de se movimentar, seja a pé, de bicicleta, moto, carro próprio ou até mesmo um caminhão, pode realizar a prestação desse serviço.


Mas como tudo na vida e nos negócios possui dois lados, é importante levantar algumas questões fundamentais, que nem sempre são previstas quando se fala em facilitação e redução de custos.


Sabe-se que no setor de transporte uma série de exigências são feitas para que o transporte de mercadorias seja viabilizado. Desde uma placa vermelha com registro na ANTT até uma apólice de seguros que previna perdas, danos e extravios.


E quando se trata de produtos farmacêuticos, suas licenças específicas para transporte e da ANVISA, tais exigências são ainda mais rígidas.


Por exemplo, é inimaginável que um medicamento seja transportado em uma mochila sob uma temperatura de 35 graus. Sabemos que esse acondicionamento pode contaminar o produto, entre outras situações que podem comprometer o cliente final.


Portanto, é preciso refletir: se entre fabricante e distribuidor as exigências são tantas, por que do ponto de venda ao cliente final não seria assim?


Entretanto, um dos principais problemas de se buscar facilidade e preço baixo é abrir mão de um nível mais elevado de prestação de serviço que atenda às exigências para a realização desse processo.


É claro que a entrega de última milha atenderá, de forma importantíssima, uma série de mercados que permitam isso, mas ainda está longe de se tornar uma realidade. Sobretudo em termos de abrangência logística total, quando tratamos de situações específicas de transporte.


Contudo, a banalização dos processos permite que pessoas dispostas a atuar em Crowdsourcing para atender as demandas de mercado, tenham um entendimento equivocado do que, de fato, se faz necessário. Tanto em termos de lei quanto em termos de conhecimento.


Logística no Brasil é algo muito novo, com poucos cursos disponíveis e faculdades específicas. Isso contribui ainda mais para que o entendimento sobre uma área tão rica e cheia de detalhes não seja vista com o devido olhar.

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