Inovação na Cadeia Produtiva e Logística

Inovação na Cadeia Produtiva e Logística

Os desafios ambientais e os novos materiais no transporte

A sociedade atual mudou muito em comparação com o século passado. Antigamente, fruto da Revolução Industrial a produção era muito mais rápida e sem preocupações ambientais. Chamada de economia linear, como o próprio nome já diz, se fazia a extração da matéria prima, criava-se o produto que era utilizado e de forma simples descartado sem um fim consciente.


Atualmente, a forma de se pensar, agir e se comportar trouxe espaço para diversos questionamentos acerca do que se fazer, conscientemente do início ao fim. Dessa forma, a economia circular trouxe uma visão reduzida da extração da matéria prima e a visão de reciclagem para a cadeia produtiva.


Cria-se um produto, utiliza e reutiliza-o diversas vezes por meio da reciclagem dos materiais, até a sua máxima possibilidade até o descarte final. Isso aconteceu principalmente pela percepção de que o aumento abusivo do consumo inconsciente pode cessar de vez os recursos naturais antes tão abundantes, hoje já sabemos que podem ser finitos e prejudicar de vez o crescimento econômico e nosso planeta como um todo.

 

Se formos pensar na questão ambiental, relacionada à necessidade do transporte de produtos da cadeia fria, temos uma questão importante. Atualmente boa parte desses produtos são transportados em caixas de isopores que são um verdadeiro vilão do meio ambiente. 

O isopor e os novos materiais de proteção e isolamento térmico

O isopor e os novos materiais de proteção e isolamento térmico

Olhando para os dois lados da moeda, novas soluções já se apresentam no mercado, porém, de forma não tão acessível financeiramente o que faz com que as grandes empresas não consigam fazer um movimento de ruptura rápido e rígido, pois isso impactaria significativamente no custo de sua operação e consequentemente em suas margens. 


Além disso, todo custo adicional da logística reversa que envolve novas caixas que substituem o isopor e aceitam inúmeras utilizações, sua significativa metragem cúbica que interfere no peso aferido final transportado, são agravantes consideráveis.

 

Nos EUA, em Nova York, desde 2019 os estabelecimentos comerciais foram proibidos de vender e utilizar copos, pratos e embalagens produzidas com poliestireno expandido ou EPS, ou seja, o comumente conhecido isopor. Material esse proveniente do petróleo, economicamente inviável para reciclagem de tal maneira que a alternativa encontrada foi bani-los do mercado.


Lembrando que o isopor, em seus diversos formatos, de cantoneira a flocos, ajuda na proteção de produtos frágeis como vidro para transporte e na confecção de embalagens das transportadoras, correios, operadores logísticos, fabricantes de produtos em geral. A cidade impôs multas para quem não aderir a exigência e recomendou a substituição por produtos similares reutilizáveis ou recicláveis.

 

Já o estado da Califórnia possui maior aderência a planos como esse e é reconhecido como a capital verde dos EUA. Não só movimentos relacionados a proibição do isopor, garrafas plásticas e a implementação de painéis solares nos prédios comerciais contribuem com o objetivo de tornar a cidade Resíduo Zero e atualmente mais de 85% do lixo produzido já não possui como seu destino final aterros sanitários e são reintroduzidos nos processos produtivos.

As mudanças ainda precisam avançar

Iniciativas para limitar o ciclo, intensificar a rotatividade da utilização dos produtos com pouco descarte, redesenho de embalagens, reintegrar resíduos na cadeia reutilizando ou reciclando produtos existem diversas maneiras e exemplos espalhados por empresas de diversos setores.

 

A grande questão está em quanto isso é um real objetivo ou uma forma de atingir selos esperados pelo mercado e obter notoriedade por meio da imagem da marca. Enquanto a relação comercial priorizar grandes lucros, as intenções serão meros pensamentos e não objetivos.

Conclusão

As novas gerações, em termos de consumo, já se preocupam com empresas que produzem e agem de forma consciente e sustentável. Porém, precisamos de uma nova adequação coletiva e iniciativas globais, que favoreçam e incentivem por meio de benefícios e imposição por meio de leis empresas que incluam em seus processos esse tipo de atitude, para que essas transformações aconteçam de forma concreta e mais rápida.

 

Do grande ao pequeno, mesmo que proporcionalmente os impactos sejam diferentes de um para o outro. Se queremos dar grandes passos, precisamos dar o primeiro, e esse ainda está um pouco distante da realidade coletiva e alcance que realmente precisamos.

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