ESQUADRILHA DA FUMAÇA - PARTE 4

Parte 4 – A Fumaça Hoje

Para ser uma espécie de Top Gun da Força Aérea Brasileira, o piloto fumaceiro leva uma vida dura. Ele treina até cansar na posição em que irá voar, condicionando seus reflexos sempre para as mesmas rotinas. Com tanto treinamento, até as manobras mais arriscadas se tornam corriqueiras e o coração nem dispara mais. E, quando está em terra, ele também é responsável por setores “operacionais”, como relações públicas, instrução, treinamento, administração, manutenção, etc...

O treinamento começa com o briefing, uma reunião onde os pilotos acertam o que será feito durante o voo. Não há improvisação, tudo é realizado exatamente conforme o planejado. Na volta há o debriefing, a hora da verdade. O líder analisa o que aconteceu no treino, comenta os erros e os acertos, e depois cada piloto critica seu próprio desempenho e o dos companheiros. A camaradagem é fundamental. O treinamento é diário. Nos momentos de folga, um joguinho de truco para passar o tempo.

Todo ano são abertas vagas na Esquadrilha da Fumaça. Ao se candidatar a uma delas, o piloto sabe das obrigações que assumirá ao entrar para o principal setor de relações públicas da FAB. Nos próximos três ou quatro anos, sua vida será ocupada por treinamentos intensivos, viagens constantes, saudades da família. Como recompensa, a satisfação das acrobacias perfeitas. O fumaceiro é um idealista, gosta do macacão azul.

O candidato deve ser formado há quatro anos e ter 1500 horas de voo, das 800 das quais como instrutor. Esses critérios procuram garantir a experiência e a maturidade do piloto, fundamentais ao voo acrobático. E, é claro, ser voluntário – nesse tipo de voo não convém que ninguém seja obrigado. Só então o candidato é submetido ao Conselho Operacional, do qual participam todos os oficiais do Esquadrão de Demonstração Aérea (EDA). É este conselho quem decide os nomes que substituirão os pilotos que completaram seu tempo voando na Esquadrilha da Fumaça.
Não podemos esquecer de três personagens que voaram junto com os fumaceiros. São dois repórteres e um fotógrafo. Graças a cumplicidade aérea dos pilotos, com o fotógrafo e os jornalistas, dessa irmandade entre aprendizes e mestres, dessa amizade nas alturas nasceu o livro.

No início de 2013, as demonstrações da Esquadrilha da Fumaça foram suspensas em eventos aéreos, o motivo foi a substituição dos Tucanos T-27 pelo Super Tucano A-29 que, a partir dos anos seguintes, passaram a substituir os T-27 nas demonstrações aéreas. Os T-27 desativados pela EDA foram alocados para utilização pela Academia da Força Aérea, em Pirassununga. A pintura do novo A-29, que vai substituir o T-27 Tucano depois de 29 anos de acrobacias, é baseada nas cores da bandeira nacional. Seu motor também é mais potente. No ano em que completou 60 anos de história, o EDA quebrou seu recorde de apresentações: foram 130 em 16 estados brasileiros e em quatro países da América do Sul. Em 2011, a Fumaça realizou 122 demonstrações.

No dia 21 de maio de 2019 foi o dia de anunciar os seus novos pilotos, selecionados em conselho e que integraram a equipe a partir de 2020. Tradicionalmente, o anúncio aos novos pilotos é realizado por meio de uma interceptação aérea. Ou seja, durante um voo de instrução do novo piloto, que está instruindo um cadete da AFA, uma aeronave da Esquadrilha da Fumaça o aborda (intercepta) e comunica pelo rádio o aceite para integrar a equipe.
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