Regulamentação do cultivo de cannabis medicinal no Brasil: avanços e desafios
Em novembro de 2024, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) marcou um divisor de águas ao autorizar o cultivo de Cannabis para fins medicinais no Brasil, estabelecendo um prazo de seis meses para regulamentação. Com o vencimento desse prazo na próxima segunda-feira (19), todos os olhos se voltam para o Ministério da Agricultura, que deverá publicar as normas definitivas para o cultivo em larga escala.
Enquanto pacientes e ativistas celebram a conquista, o tema ganhou novos contornos durante o Congresso Internacional de Agricultura e Bioeconomia, realizado neste mês, onde o potencial do agronegócio canábico emergiu como um dos destaques principais.
O que diz a nova regulamentação?
A decisão do STJ foi um passo histórico, mas sua implementação prática ainda gera dúvidas, como aponta Fabricio Pamplona (@fpamplona), doutor em Psicofarmacologia:
"Estamos em contagem regressiva, mas muitas incertezas permanecem, especialmente sobre os direitos dos pacientes e pequenos produtores que lideraram essa luta."
Entre os principais pontos que a regulamentação deve abordar estão:
- Quem poderá cultivar? (Grandes empresas, cooperativas ou pacientes autorizados?)
- Como será o controle de qualidade e segurança?
- Qual o destino da produção? (Mercado interno ou exportação?)
O agronegócio entra em cena
Durante o Congresso Brasileiro de Cannabis Medicinal 2025, especialistas destacaram que a Cannabis medicinal pode se tornar uma nova fronteira para o agro brasileiro. Com um mercado global que deve atingir US$ 150 bilhões até 2030, o Brasil tem condições climáticas e expertise agrícola para se tornar um grande player.
- Grandes empresas já estão investindo em pesquisas e estruturas de cultivo.
- Pequenos produtores buscam inclusão no mercado, temendo monopolização.
- Associações de pacientes pressionam por acesso justo e preços acessíveis.
Uma retrospectiva necessária
A regulamentação atual é fruto de anos de mobilização:
- 2015: Anvisa libera a importação de medicamentos à base de Cannabis.
- 2019: STF sinaliza que a proibição do cultivo pode ser inconstitucional.
- 2024: STJ determina a regulamentação em seis meses.
O que esperar agora?
A regulamentação trará oportunidades, mas também desafios:
- Potencial econômico: Geração de empregos e receita para o país.
- Acesso a medicamentos: Redução de custos para pacientes dependentes de óleos e extratos.
- Disputa de interesses: Como equilibrar o agronegócio com a justiça social?
Enquanto o governo define os últimos detalhes, uma coisa é certa: o Brasil está prestes a virar uma página importante na história da Cannabis medicinal.
E você, acredita que essa regulamentação vai beneficiar mais o agro ou os pacientes? Deixe sua opinião nos comentários!
Fontes:
- Revista Trip
- Agência Brasil
- STJ, Anvisa e Ministério da Agricultura